Você que tem filho em idade vestibular, por favor, tome cuidado. Não é de hoje que algumas pessoas vem recebendo uma suposta ligação da "UMES" oferecendo uma bolsa de estudo (o valor varia), dizendo que o aluno foi sorteado dentre um sem número de participantes e que foi agraciado com o benefício que deverá ser utilizado de forma imediata. Eu e meu irmão fomos alvos disso, anos atrás, e não adiantava quantas vezes eu repetisse que não me interessava e que já era, inclusive, formada na faculdade, eles continuam insistindo e prometendo que iam retirar meu nome do suposto "cadastro", mas sem sucesso. Em todas as ligações, também, ao ter a sua oferta por mim negada o atendente perguntava se não existia alguém que eu pudesse indicar. Mas ué, o benefício não é uma contemplação de um sorteio? E se é assim, não deveria ser o meu benefício ser repassado a outro sorteado ao invés de eu poder simplesmente "doá-lo" a quem eu bem quisesse? São estranhezas como essa que me fizeram pensar e, agora, vendo uma pessoa próxima passar pela mesma situação com a filha, ir atrás disso.
Pasmem, leitores, tudo isso não passa de uma farsa. As inúmeras mensagens de texto e ligações sem fim cobrando a sua presença do posto de atendimento para falar com o fiscal da UMES, fiscal que será responsável por realizar a sua matrícula, não são, de fato, por ela realizadas, mas sim pela empresa MICROCAMP. Vou explicar o que está acontecendo aqui, e provavelmente alguns de vocês reconhecerão o "modus operandi".
Uma pessoa muito próxima a mim recebeu em seu celular diversas mensagens de texto dizendo que sua filha havia sido contemplada com uma bolsa de estudo no valor de R$200,00 em qualquer curso de sua escolha e que a mesma deveria comparecer ao endereço informado dentro do horário de funcionamento portando RG e o número de um protocolo que foi enviado na mesma mensagem de texto. Sem fazer ideia do que se tratava, a mãe da menina não deu importância à mensagem, apenas ficando intrigada sobre como o seu número de celular havia sido encontrado.
Por não ter comparecido ao lugar indicado, ela começou a receber diversas e inúmeras ligações (algumas inclusive na minha presença) cobrando-a. A atendente dizia, até de forma agressiva, que o fiscal havia ficado esperando por elas, mas que elas nunca foram. A mãe da aluna respondeu que nunca havia feito agendamento nenhum e que sequer sabia do que se tratava, que nenhuma informação lhe havia sido passada. A atendente amenizou o tom e informou que seu gerente retornaria a ligação para prestar maiores esclarecimentos, o que de fato foi feito, mas nada foi dito além daquelas poucas linhas que já existiam em mensagem de texto, insistindo sempre que ela deveria comparecer no endereço indicado portando o número do protocolo na data, então, agendada.
Mesmo com a suposta data agendada, entretanto, a tal representante da "UMES" (pois é assim que eles se apresentam, como representantes da União Municipal dos Estudantes Secundaristas) continuou ligando diariamente, sempre de forma rude, "lembrando" que havia um agendamento e que a mãe da aluna DEVERIA comparecer, pois tratava-se de um benefício para que a menina pudesse realizar qualquer curso, em qualquer instituição (uma vez que a verdadeira "UMES" não é nada além de uma união representativa, e não uma instituição de ensino), e que o mesmo lhe seria retirado caso ela não comparecesse, e que o fiscal ficaria esperando por ela (como se ela fosse a única a ser recebida naquele dia, como se fosse uma benevolência por parte da empresa).
Muito incomodada com a situação, com a insistência sem fim, rude e grosseira, e cheia de dúvidas, resolvemos buscar por mais respostas na internet e qual não foi nossa surpresa ao descobrirmos que o endereço indicado era nada mais, nada menos, do que o endereço de uma das unidades da empresa MICROCAMP. Mais, através do site Reclame Aqui descobrimos que ela não era a primeira e que, muito provavelmente, não será a única a passar por esse transtorno, uma vez que parece ser prática usual e corriqueira da tal empresa se fazer passar por uma União Estudantil para conseguir alunos para os seus cursos, agindo de má-fé e enganando pessoas que, muitas vezes, iludidas pela possibilidade de poder realizar um curso ao qual não teriam condições financeiras de fazê-lo, cedem à tentação.
Atenção, leitores! Isso é uma farsa! A bolsa nunca é de valor integral, você sempre terá de pagar por uma parte do curso e, diferentemente do que lhes é "vendido", você não poderá escolher qualquer instituição, mas ficará preso e atado à MICROCAMP, que uma vez que tenha a sua matrícula realizada lhes informará que esse benefício é para uso exclusivo na sua instituição.
PS: Os dados como nome da aluna e número de protocolo foram suprimidos à pedido da mãe.
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